quarta-feira, junho 16, 2010

Professora Adélia Reis ao Diário de Coimbra

Diário de Coimbra

“Também somos
vítimas do sistema”
Adélia Reis, a professora que veio da Covilhã leccionar para a escola de Olhos de Fervença não sabia que os pais dos seus alunos iriam manifestar-se à porta do estabelecimento e colocar cartazes de protesto contra o encerramento. Quando chegou por volta das 8h30 e viu o aparato não ficou admirada e juntou-se aos pais solidarizando-se com a iniciativa.
«Quem gosta de ver os seus filhos ir para longe? Estou solidária com estes pais e compreendo a sua frustração», disse a docente à nossa reportagem, já familiarizada com situações deste género. «Isto é uma descentralização da Educação que não me surpreende. Já encontrei parques escolares onde as crianças estão “enlatadas” e, por isso, tornam-se mais conflituosas», adianta a docente. Certa de que para o próximo ano lectivo já não estará nesta escola, Adélia Reis lembra que está sujeita a um concurso e, para onde quer que vá, frisa que desempenhará a profissão «com amor, empenhamento», tal como o fez em Olhos de Fervença. «Estou triste pelos pais, entendo a posição deles», enfatiza, adiantando, por si, já estar habituada «a saltitar de escola em escola», concluindo que o encerramento desta (e de todas as escolas sinalizadas para fechar pelo país fora) «é uma política economicista» e, por isso, «também somos vítimas do sistema».

«É uma excelente professora. Veio da Covilhã, adaptou-se a esta terra, trouxe armários, organizou a escola, mandou pôr aquecimento central, arranjou as casas de banho, pôs fechaduras nas portas, adora as crianças e as crianças adoram-na», diz , Clídia Santos a lutar ao lado dos pais contra o encerramento.

 

Diário de Coimbra de Quarta-Feira, 16 de Junho 2010

http://www.diariocoimbra.pt/index.php?option=com_content&task=view&id=7770&Itemid=135

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