sexta-feira, dezembro 11, 2009

Bouça, a aldeia que respira atletismo

bouça site

Na terra quase toda a população é sócia do clube, que tentam ajudar oferecendo desde uma galinha para rifar ou uns pneus para as carrinhas

Após muitos anos a utilizar os carros particulares de dirigentes e sócios, conseguiram-se as desejadas carrinhas. Com elas veio o encargo dos seguros. Nelson Nunes, antigo atleta e director, recentemente emigrado na Suíça em 2007, decidiu transportar para o país em que estava a solidariedade que notava na Bouça. Organizou um jantar com gente da terra a viver nos vários cantões e com as verbas angariadas pagou-se essa factura.

"Levei para lá o espírito que se vive aqui e as pessoas aderiram, têm ligação ao clube e à terra", nota Nélson Nunes, de 26 anos, que entretanto regressou à anexa de Cortes do Meio. Já a aquisição da primeira viatura, há dois anos, esteve dependente da boa vontade da comunidade. Organizaram-se festas, fizeram-se rifas, até se conseguir o dinheiro. As quermesses e leilões foram outra solução encontrada, à qual a população aderiu. "Uns deram talassas, outros galinhas ou rolas, participam como podem", lembra David Bizarro, também ele antigo atleta, como o pai e outros familiares, antigo presidente e actualmente vice-presidente do Grupo Desportivo e Animação Cultural da Bouça.

Foi esta "união" que Telma Silva foi encontrar no clube de uma aldeia com apenas cerca de 200 habitantes. Há duas temporadas na Bouça, impressionou-a a dinâmica e capacidade de mobilização de uma colectividade num meio tão pequeno. "Conseguem ter ali a correr nas ruas dezenas de crianças e jovens, fazem um trabalho com muito mérito", considera uma das atletas mais destacadas do clube.

Com o atletismo no sangue

"O atletismo está no sangue do pessoal da Bouça, de uns mais outros menos. Cá toda a gente já praticou ou tem alguém na família que o fez. Se não foi o pai foi o tio ou o primo", diz David Bizarro. Fundado "por causa de três ou quatro que andavam sempre para aí a correr", o clube iniciou a actividade nos anos 70. Depois viveu períodos difíceis e chegou a estar sem actividade, até os miúdos da terra nos anos 90, dirigentes desde essa altura, se terem interessado.

in Notícias da Covilhã

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